O Santos é o novo dono da América

O Santos conquistou a Libertadores após vencer o Peñarol por 2 a 1 em São Paulo, no estádio do Paecambu. A equipe uruguaia, durante toda Libertadores, mostrou ser um time traiçoeiro e perigoso, jogava nos erros dos adversários e explorava os contra-ataques. Surpreendeu ao chegar até a final, superando equipes, que a primeira vista, pareciam ser melhor tecnicamente. Com uma zaga bem postada, esboçando segurança, acionando um meio campo rápido e agudo, que se somava ao ataque, o Peñarol fez história na Libertadores 2011 ao vencer equipes como o Internacional, Universidade Católica e o Vélez.
Contudo, tamanha disciplina tática não foi o suficiente para superar uma equipe conduzida por Paulo Henrique Ganso e Neymar. Na primeira partida em Montivideo, pode-se observar o esforço e disciplina dos uruguaios para anular as principais jogadas santistas, funcionou. No entanto, para a segunda partida estava reservada a prevalência da qualidade técnica e habilidade individual de certos jogadores. Com a volta de Paulo Henrique Ganso ao time (estava parado por lesão) o Santos foi outro, mais objetivo, mais perigoso e sempre mais perto de uma jogada definitiva. Neymar fez o dele e mostrou calma ao segurar a bola no ataque iniciando a jogada do segundo gol, gol de Danilo. Belíssimo gol, aliás. Adriano é outro jogador que merece destaque. Nas duas partidas ele foi o responsável por parar o meia atacante Martinuccio, a referencia individual dos carboneros. Fez com segurança e eficiência. O argentino a serviço dos uruguaios não conseguiu impor-se diante dos marcadores e pouco fez nas duas partidas.
A equipe comanda por Diego Aguirre iniciou a partida pressionando a saída de bola santista, tentava adiantar a marcação dos meias na intenção de forçar os jogadores do Santos ao erro, mas aos poucos os comandados por Muricy Ramalho foram tomando controle da partida. Léo pela esquerda apoiava bastante, na tentativa de juntar-se a Neymar que estava bem marcado no ataque. O Santos estava organizado num 4-4-2 com um losango no meio, Elano era o apoiador aberto pela direita, subia com mais freqüência que Arouca, que estava do lado esquerdo preocupado em fazer a cobertura de Léo que atacava com mais desenvoltura. Ganso o mais adiantado do meio juntava-se ao ataque. Apesar das iniciativas e da maior posse de bola, a rigor o Santos no primeiro tempo teve uma única chance clara de gol: Léo entrando na área chutando de pré direito para fora de frente para o gol. Veio o intervalo e com ele as mudanças feitas por Muricy. Dois jogadores foram emblemáticos para a melhora do Santos. Arouca e Danilo. Arouca, que no primeiro tempo desempenhou mais ações defensivas, foi o responsável pela bela jogada que resultou no gol de Neymar logo a 1 minuto do segundo tempo. Não foi uma jogada isolada, Arouca seguiu buscando mais o ataque na segunda etapa. Já Danilo que também apoiava pouco no primeiro tempo, no segundo apareceu com mais freqüência ao ataque. Num lance em que Zé Eduardo se precipitou na tentativa de finalizar uma bola que veio do alto ao lado da área, foi possível ver Danilo contrariado com o companheiro que não percebeu sua subida pelo lado. Foi numa dessas investida ao ataque que ele surpreende a defesa uruguaia fora do lugar, entra na área e chuta no canto do goleiro, não, sem antes, dar um drible no marcador tirando o adversário da jogada.
Com dois gols atrás no placar Diego Aguirre retira seu lateral direito (o responsável por marcar Neymar) e coloca o atacante Estoyanoff. A mudança surge efeito. É dele a jogada um minuto depois, que resulta no gol contra de Durval. Com o placar mais justo, se imaginaria que o Peñarol crescesse novamente no intuito de igualar o marcador, mas não foi o que aconteceu. Neymar soube explorar bem o espaço que ficou quando seu marcador foi substituído. Corujo, meia pela direita, que apoiava bastante e com boa qualidade, foi o encarregado de parar o camisa 11santista. O Santos ainda teve mais duas oportunidades claras de definir a partida. Numa oportunidade, Ganso e Zé Eduardo desperdiçam no mesmo lance, chance clara, nesse momento o Santos ainda vencia por dois a zero. Em outra jogada, um contra-ataque rápido Neymar toca na saída do goleiro, a bola se arrasta e caprichosamente bate na trave, na sequência, pressionado Zé Eduardo chuta na rede, mas pelo lado de fora.
O Santos venceu porque foi melhor, principalmente no segundo jogo, principalmente no segundo tempo. Méritos para o treinador que mais títulos têm conquistado nos últimos anos no Brasil, Muricy Ramalho. Recompensa justa ao clube que têm jogadores diferenciados como Ganso e Neymar e souberam resistir os eminentes assédios dos clubes europeus para contratá-los. Reconhecimento merecido agora a essa leva nova do Santos que vêem seguindo os passos da histórica geração de Pelé e companhia. Parabéns ao Santos, campeão. Parabéns a Muricy por mais um grande título. Parabéns ao Peñarol, que se não fosse o fato da confusão depois do término da partida, fez tudo com qualidade e disciplina e só engrandeceu essa final.
2 comentários:
Realmente foi um jogo para agrada a todos. Emoção até o final, e venceu o time superior tecnicamente.
24 de junho de 2011 às 08:48O bom futebol agradece. Eu aceito e, até entendo, aqueles que gostam e pregam o chamado futebol "força" em detrimento da qualidade. Mas, esse Santosm de Muricy, alia qualidade e marcação. A zaga e o meio de campo são mais efetivos que o ataque, inclusive.
25 de junho de 2011 às 17:36Postar um comentário